viernes, 4 de marzo de 2011

Sexualidade, uma forma mais gostosa de amar!

Muitas pessoas pensam que sexualidade é apenas sexo e pronto, posso dizer que estão enganados, isso é um pensamento idiota e ignorante, a sexualidade é uma forma de se aceitar e aceitar o próximo de forma que possasse amar, não com um amor fraternal ou maternal, mas sim um amor eros. A sexualidade é uma arte gostosa de se ver e é preciso saber analisá-la e compreendê-la para poder chegar aos momentos de felicidade. Ao aceitar sua própria sexualidade você consegue aceitar as pessoas sem discriminação e sente-se mais seguro e livre para expandir seus pensamentos e poder amar quem quiser quando quiser. Para vocês leitores de meu blog conhecerem um pouco mais sobre a sexualidade, publicarei seguinte um artigo de nome "O Que é a Sexualidade" de Enéas Martim Canhadas, onde ele faz várias distinções sobre a sexualidade e sexo, a sexualidade e o sexo entre pessoas do mesmo sexo, sexualidade antes do casamento e doutrina espírita, amor e paixão, etc.
Boa leitura!!!

O que é sexualidade ?

Enéas Martim Canhadas

O que podemos entender por sexualidade?

Podemos, de uma maneira um tanto simplificada, entender a sexualidade quando estamos falando e pensando sobre as nossas sensações, sentimentos e emoções envolvendo a energia sexual. Para falar de energia sexual podemos nos referir à libido, se quisermos ser um pouco técnicos ou psicólogos no assunto. Libido vem do latim e quer dizer “desejo violento ou luxúria” Mas no sentido psicanalítico – a psicanálise foi criada por Freud – temos a energia motriz dos instintos de vida, portanto da conduta ativa e criadora do homem. Assim nos explica de forma bem acessível o dicionário Aurélio. Ou podemos falar de energias perispirituais enquanto força criadora presente em todos nós, espíritos em evolução passando por este plano. É claro que poderíamos apresentar outras definições, quer de tendências religiosas ou como explicação teórica e técnica sobre o assunto.

Quando estamos falando de sexualidade, não estamos falando de sexo?

É claro que sim. No entanto esses dois temas podem nos levar a destinos muito diferentes. Quando falamos ou tratamos de sexualidade estaremos pensan

do nas energias que são canalizadas no nosso corpo dessa maneira, isto é, na form

a de sexualidade. Estaremos portanto falando, de nossos desejos, de nossas sensações prazerosas, de nossa compreensão sobre a maneira como sentimos e lidamos com as questões que envolvem essas energias. Estamos falando, por exemplo, de como nos relacionamos sexualmente, de como controlamos os nossos impulsos relativos ao sexo, de como podemos expressar a nossa sexualidade publicamente ou intimamente, de como estas manifestações alteram e interferem nas nossas vidas, de como sentimos tais energias nos nossos corpos e de como essa energia pode ser usada bem ou mau, construtiva ou de maneira desastrosa.

Já quando estamos falando do sexo, já estamos falando da prática do sexo exclusivamente. Aí então, falamos de sexo bom ou ruim, de sexo moralmente aprovado ou desaprovado, estamos falando da prática sexual simplesmente ainda que não tenha finalidades mais elevadas, falamos de sexo seguro, de sexo arriscado, de sexo depravado ou patológico e assim por diante.

Podemos entender a pornografia e o

utras tendências como fazendo parte da sexualidade?

Sim. Exatamente porque, a partir das definições que adotamos, fazem parte dos sentimentos libidinosos (ver libido) dos seres humanos e também são energias perispirituais. Embora a pornografia represente a prática do sexo moralmente reprovado, e do ponto de vista do psiquismo um sexo pervertido em muitos casos, são manifestações doentes da sexualidade que todos os seres humanos possuem. É como falar de agressividade, mas na forma manifesta de violência ou, por outro lado, de passividade.

A prática sexual entre pessoas do mesmo sexo, pode ser encarada como uma manifestação normal da sexualidade?

Você consideraria uma pessoa de personalidade orgulhosa ou arrogante, uma personalidade anormal ou doente? De outro modo, você trataria o teu filho que é muito egoísta, que não reparte o seu lanche da escola com ninguém, um filho anormal? Certamente que não. Você dirá que seu filho tem algumas distorções de comportamento e que precisa aprender a ser mais altruísta. Ou da pesso

a orgulhosa, você dirá que deverá superar o seu orgulho e mostrar-se mais reconhecida de que todos temos qualidades e defeitos e que ela não é tão melhor do que os demais mortais, não é mesmo?

Vejamos de outra forma. André Luiz, em “No Mundo Maior” no capítulo 11 chamado “Sexo” diz: “Erro lamentável é supor que só a perfeita normalidade sexual, consoante as respeitáveis convenções humanas, possa servir de templo às manifestações afetivas. O campo do amor é infinito em sua essência e manifestação.” Insta fugir às aberrações e aos excessos; contudo, é imperioso reconhecer que todos os seres nasceram no Universo para amar e serem amados.”

Do ponto de vista do comportamento, portanto da Psicologia, o problema não se localiza exatamente no fato de ser ou não normal essa prática. O que observamos nos consultórios é que as pessoas, honesta e sinceramente, não sabem explicar porque existe dentro de si, o sentimento de afeto, paixão e amor por uma outra pessoa do mesmo sexo. Assim como você não saberá dizer porque sente prazer e atração pelo sexo oposto. Apenas irá dizer que acha isso normal. Acontece que, para as pessoas que sentem diferente também localizam dentro de si um sentimento normal, pois desde que se lembram, em outros casos, a partir de um momento qualquer, passaram a experimentar tais sentimentos.

Do ponto de vista da experiência evolutiva do espírito, não podemos deixar de pensar que se, evoluímos pelas mais diversas experiências que nos propusemos a viver neste plano, porque não certas pessoas também estarem passando por tais sentimentos como questões ainda importantes para serem vividas, compreendidas e superadas. E vejam bem, não estou dizendo aqui que superar é deixar de sentir-se atraído pelo sexo oposto, pois se assim fosse teria que dizer também que nascer mulher ou homem também seria uma experiência de superação dessa condição. Não é isso que nos ensina a doutrina Espírita, mas sim que temos de nascer como homens e mulheres como parte do amadurecimento do nosso espírito e para assim, evoluírmos no sentido dos espíritos iluminados que um dia, não serão mais regidos pelas energias sexuais divididas em masculinas e femininas.

Como podemos compreender o sexo antes do casamento? A doutrina Espírita dá suporte a esta prática?

Não se pode dizer que a doutrina Espírita dá suporte a esta ou àquela prática. No livro “Vida e Sexo” psicografado por Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, no capítulo que trata do “Compromisso Afetivo” encontramos: “Toda vez que determinada pessoa convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais, em regime de reciprocidade.” É importante observar com que sabedoria e respeito ao livre arbítrio essas orientações nos são dadas. Adverte ainda o mesmo espírito que tais experiências, quando um dos parceiros lesa o outro na sustentação do equilíbrio emotivo, provoca a “ruptura no sistema de permuta das cargas magnéticas” e caso o parceiro que se sente prejudicado “não possua conhecimentos superiores na autodefensiva” pode entrar em pânico ou até mesmo chegar à delinqüência. Diante dessas afirmações podemos aprender que as questões fundamentais sobre o sexo antes do casamento não residem nas questões do certo e do errado ou se podem ou não fazer isto ou aquilo. Espíritos em evolução que somos, e sabedores de que possuímos o livre arbítrio, os problemas são de outra ordem e grandeza, como nos ensina ainda Emmanuel “quem estude os conflitos de sexo, na atualidade da Terra, admitindo a civilização em decadência, tão só examinando os absurdos que se praticam em nome do amor, ainda não entendeu que os problemas do equilíbrio emotivo são, até agora, de todos os tempos, na vida planetária.” Lembremos ainda o Livro dos Espíritos, no capítulo IV do livro Terceiro quanto ao “Casamento e Celibato” que a “união livre e fortuita dos sexos pertence ao estado de natureza” com isso nos alertando para um estágio de evolução ainda muito mais próximo do nosso estado anímico de que da nossa meta de seres da luz. O que nos é importante pensar e ter em mente é que somos Espíritos evolucionários e não cabe alguém ou algum código de ética ficar dizendo, ponto por ponto, o que devemos e o que não devemos fazer. A doutrina Espírita, sábia na sua maneira de amparar os nossos atos através das leis naturais que codificou, tem o mérito de mostrar através de quais mecanismos se faz tal evolução. No entanto, se desse suporte a uma ou outra prática, estaria tirando dos seres humanos a liberdade da evolução com todas as suas implicações. E finalmente, não existem experiências que devam ser recomendadas como mais eficientes para a evolução de quem quer que seja. A evolução é um processo, não um método para apressar os passos dos seres errantes que somos, caminhantes em marcha perene pelas sendas da eternidade.

A expressão da sexualidade é uma expressão de amor?

Na manifestação do amor, certamente encontramos a sexualidade. No entanto não podemos dizer que na sexualidade está presente o amor. “O sexo e o cérebro não são músculos, nem podem ser. Disso decorrem várias conseqüências importantes, das quais esta não é a menor: não amamos o que queremos, mas o que desejamos...” Quando André Comte Sponville faz tal afirmação está falando dessa junção inevitável: o amor ao sexo. Estamos falando, pois, do amor da carne. Estamos falando do amor que deseja o outro e que, geralmente, pensa que o possui. Mas será isto amor? O poeta Rilke tem algo precioso a nos ensinar sobre isso: “a volúpia carnal é uma experiência dos sentidos, análoga ao simples olhar ou à simples sensação com que um belo fruto enche a língua. É uma grande experiência sem fim que nos é dada; um conhecimento do mundo. (...) O mal não está em que nós a aceitemos; o mal consiste em quase todos abusarem dessa experiência...” Por essa forma de provar o sabor, caímos no risco de consumir o outro como consumimos a fruta apetitosa. Essa maneira de gostar torna-se nem um pouco virtuosa, não podendo ser aplicada a ninguém. O amor antes preserva. A sexualidade como expressão de amor está ligada, de forma irreversível, ao poder e a posse. Mais do que isso, o amor validado pela sexualidade, acaba se tornando uma espécie de afeto geográfico. Eu gosto tanto mais do outro quanto mais eu possuo do outro. Por isso, expressões como “ela será minha para sempre”, “ele é o meu homem” querem dizer isso mesmo enquanto pensam que tal coisa pode acontecer. Será muito triste o dia que descobrirem que nunca possuíram nada.

Existe o amor? Ou vivemos apenas paixões que confundimos com um suposto e imaginário sentimento de amar? São diferentes?

Do grego nós temos que existem três maneiras de amar: a carência (erôs) que abrasileiramos por “eros” mais ligado a idéia do amor sensual; o regozijo (philia) que é a alegria pela boa nova anunciada pelo Cristo que nos torna capazes até mesmo de amar os nossos inimigos. É a alegria pela amizade e pelas possibilidades de amarmos a todos; a caridade (agapé) que podemos entender como a forma mais completa do amor. E com tal respeito e verdade amarmos tanto e de tal modo que nem percebemos que o nosso semelhante sofre e por isso precisa receber a nossa ajuda. Não podemos ajudar só os que sofrem, isto é, a nossa evolução ainda vai nos levar ao dia em que tenhamos a caridade como manifestação espontânea e que não necessite de causa ou motivo para ser manifesta.

Enquanto estamos falando da idéia de amor associado a manifestações da sexualidade, estamos falando das paixões que, enganosamente, chamamos de amor. A paixão, enquanto amor, não existe. E o amor enquanto o fogo da paixão não pode ser chamado ou considerado como tal. No entanto, a sexualidade presta aí um grande serviço. Ela é um fogo que pode purificar os apaixonados e transformar os sentimentos, um dia, em amor. Difícil será encontrar no amor ao outro, misturado com a volúpia do sexo o amor que tanto se propaga. Provavelmente tais sentimentos não passam das frases que ouvimos a torto e a direito nas novelas. “Eu te amo” transformou-se numa frase de efeito, que teve validade apenas, para a cena mais emocionante do capítulo da noite passada, ou que servirá para depositarmos no personagem central do filme a nossa emotividade carente e que anseia por um imaginário ou desejado amor de verdade. Isso acontece porque, no íntimo, todos nós almejamos, um dia, encontrar o amor. De alguém por nós.

As manifestações da sexualidade no meu corpo explicam quando estou apaixonado(a) ou amando?

Não explicam mas anunciam. Acredito que por tudo que falamos, não tenha ficado uma noção limitante ou proibitiva da sexualidade. Antes, procuramos chamar a atenção quando, pelas proibições que temos dentro de nós através de uma educação ou moralismos falsos que nos fizeram temer a sensualidade e sentirmo-nos envergonhados frente a beleza, complicamos e colocamos obstáculos na nossa evolução para a compreensão das verdadeiras emoções dentro de nós. Voltamos a Emmanuel: “em nenhum caso, ser-nos-á lícito subestimar a importância da energia sexual que, na essência, verte da Criação Divina para a constituição e sustentação de todas as criaturas. Com ela e por ela é que todas as civilizações da Terra se levantaram, legando ao homem preciosa herança na viagem para a sublimação definitiva, entendendo-se, porém, que criatura alguma, no plano da razão, se utilizará dela, nas relações com outra criatura, sem conseqüências felizes ou infelizes, construtivas ou destrutivas, conforme a orientação que se lhe dê”.

Referências Bibliográficas:

  • Comte-Sponville, André, Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, Edit. Martins Fontes, São Paulo, 1999.
  • Kardec, Allan, Livro dos Espíritos, FEESP, São Paulo.
  • Rilke, Rainer Maria, Cartas a Um Jovem Poeta, Edit. Globo, Porto Alegre, 1980.
  • Xavier, Francisco Cândido, ditado pelo espírito Emmanuel, Vida e Sexo, FEB, Rio de Janeiro.
  • _____________________, ditado pelo espírito André Luiz, No Mundo Maior, FEB, Rio de Janeiro.

martes, 1 de marzo de 2011

Anarquismo: O sonho de uma sociedade livre e sem governo.


Muitos já ouviram falar em anarquismo, uma sociedade sem a imposição de regras do governo, uma sociedade sobrevivente com trabalho em grupo, aprendendo com a vida. Sempre que falamos de anarquia lembramos de
nossos pais nos falando que não daria certo, dizendo que uma sociedade tem que ter alguém para impor a ordem, particularmente acho eu que é por ter alguém impondo regras que o mundo está o lixo que está. Talvez se tentássemos aprender com a vida teríamos uma verdadeira realidade e não ilusória. Quando falamos de anarquia, também nos lembramos de pessoas revolucionárias que deixam suas marcas nas paredes das grandes cidades e também
dos punks que gostam de levar uma vida sossegada e desregradas, é a um amigo punk que ofereço essa matéria, essa é pra você Marcinho.

Anarquismo pode ser definido como uma doutrina (conjunto de princípios políticos, sociais e culturais) que defende o fim de qualquer forma de autoridade e dominação (política, econômica, social e religiosa). Em resumo, os anarquistas defendem uma sociedade baseada na liberdade total, porém responsável.

O anarquismo é contrário a existência de governo, polícia,

casamento, escola tradicional e qualquer tipo de instituição que envolva relação de autoridade. Defendem também o fim do sistema capitalista, da propriedade privada e do Estado.

Os anarquistas defendem uma sociedade baseada na liberdade

dos indivíduos, solidariedade (apoio mútuo), coexistência

harmoniosa, propriedade coletiva, autodisciplina,

responsabilidade (individual e coletiva) e forma de governo baseada na autogestão.

O movimento anarquista surgiu na metade do século XIX. Podemos dizer que um dos principais idealizadores do anarquismo foi o teórico Pierre-Joseph Proudhon, que

escreveu a obra "Que é a propriedade?" (1840).

suapesquisa.com

Anarquismo (literalmente "sem poder")

Movimento político que defende uma

organização social baseada em consensos

e na cooperação de indivíduos livres e autónomos, mas onde à partida sejam abolidas entre eles todas as formas de poder. A Anarquia seria assim uma sociedade sem poder, dado que os indivíduos de uma dada sociedade, se auto-organizariam de tal forma que garantiriam que todos teriam em todas as circunstâncias a mesma capacidade de decisão. Esta sociedade, objecto de inúmeras configurações, apresenta-se como uma "Utopia" (algo sem tempo ou espaço determinado). É um ideal a atingir.

As origens do anarquismo, entroncam directamente na concepção individualista dos direitos naturais defendida por John Locke. A sociedade para este filósofo inglês era o resultado de um contrato voluntário acordado entre individuos iguais em direito e em deveres. No entanto foi só a partir do final do século XVIII que o anarquismo se veio a estruturar como uma corrente política autónoma, com seguidores em toda a parte do mundo. Entre os seus teóricos contam-se pensadores tão diversos como William Godwin (1773-1836), P.J.Proudhon (1809-1865), Bakunine (1814-1870), Kropotkin (1842-1921) ou o português Silva Mendes.

A intervenção política dos anarquistas, pouco inclinados à constituição de grandes organizações, embora muito dispersa tem historicamente se centrado a sua luta na defesa de seis ideias:

1. Direitos Fundamentais dos Indivíduos. Os anarquistas, como os liberais foram os primeiros retirar das ideias de John Locke profundas implicações politicas. Em primeiro lugar a ideia da primazia do indivíduo face à so

ciedade. Em segundo, a ideia de que todo o indivíduo é único e possui um conjunto de direitos naturais que não podem ser posto em causa por nenhum tipo de sociedade que exista ou venha a ser criada.

2. Acção Directa. Recusando por princípio o sistema de representação, os anarquistas afirmam o valor da acção directa do indivíduo na realidade social. Este conceito foi interpretado no final do século XIX/princípios do século XX, por alguns anarquistas, como uma forma de actuação política, cometendo assassinatos de figuras políti

cas que diziam simbolizarem tudo aquilo que reprovavam ( a célebre propaganda por factos).

3. Crítica dos Preconceitos Ideológicos e Morais. Uma das suas facetas mais conhecidas pela sua crítica irreverente à sociedade. Com a sua crítica demolidora dos preconceitos sociais pretendem destruir todas as condicionantes mentais que possam impedir o indivíduo de ser livre e de se assumir como tal.

4. Educação Libertária. Os anarquistas viram na educação um processo de emancipação dos indivíduos, acreditando que por esta via podiam lançar as bases de um nova sociedade.

5. Auto-organização. Embora recusem qualquer forma de poder, a maioria dos anarquistas não recusa a constituição de organizações. Estas devem contudo ser o resultado de uma acção consciente e voluntária d

os seus membros, mantendo entre eles uma total igualdade de forma a impedir a formação de relações de poder (dirigentes/dirigidos, representantes/representados, etc). É por esta razão que tendem desconfiar ou combater, as grandes organizações porque nelas a maioria dos indivíduos tendem a ser afastados dos processos de decisão. Os anarquistas estão desde o século XIX ligados à criação de sociedades mutualistas, cooperativas, associações de trabalhadores (sindicatos e confederações, etc), ateneus, colónias e experiências auto-gestionárias. Em todas estas formas de organização procuram em pequena ou grande escala ensaiar a sociedade que preconizam.

6. Sociedade Global. Um dos seus grandes ideais foi sempre a constituição de uma sociedade planetária que permitisse a livre circulação de pessoas ou o fim das guerras entre países. É neste sentido que alguns anarquistas, como P. Kropotkin, viram no desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação um m

eio que poderia conduzir ao advento da Anarquia.

A defesa destas ideias tem caracterizado o movimento anarquista internacional, ao longo dos seus d

uzentos anos de existência.

Carlos Fontes


O que querem os Anarquistas?

"Anarquia, este sonho de amor e justiça..."

"O Estado é a negação da humanidade!" Mikhail Bakunin

Em artigo bastante contundente e expressivo, Errico Malatesta, discípulo italiano do russo Bakunin, discorre sobre o que é e o que se deve fazer "Rumo à Anarquia".

Em primeiro lugar, deve-se desprezar concepções errôneas segundo as quais "anarquia" seria sinônimo de "bagunça". Anarquia é ausência de governo e mesmo de atividade parlamentar; que os agentes políticos devem atuar diretamente em busca de manter e ampliar todas as formas de participação nos aspectos decisórios da sociedade em que vivem. Ação Direta, aliás, é o nome que adotam várias organizações anarquistas pelo mundo afora.

Diz-nos Malatesta em seus "Escritos Revolucionários" que "Se quiséssemos substituir um governo por outro, isto é, impor nossa vontade aos outros, bastaria, para isso, adquirir a força material indispensável para abater os opressores e colocarmo-nos em seu lugar * Mas, ao contrário, queremos a Anarquia, isto é, uma sociedade fundada sobre o livre e voluntário acordo, na qual ninguém possa impor sua vontade a outrem, onde todos possam fazer como bem entenderem e concorrer voluntariamente para o bem-estar geral. Seu triunfo só poderá ser definitivo quando universalmente os homens não mais quiserem ser comandados ou comandar outras pessoas e tiverem compreendido as vantagens da solidariedade para saber organizar um sistema social no qual não mais haverá qualquer marca de violência ou coação".

A atividade do anarquista, do socialista utópico (em sua sublime acepção de conquista da Esperança possível) não é violenta nem repentina, mas gradual, pedagógica, passo a pa

sso.

"Não se trata de chegar à anarquia hoje, amanhã ou em dez séculos, mas caminhar seguramente rumo à anarquia hoje, amanhã e sempre. A anarquia é a abolição do roubo e da opressão do homem pelo homem, quer dizer, abolição da propriedade privada dos meios materiais e espirituais de produção e do governo formal; a anarquia é a destruição da miséria, da superstição e do ódio entre as pessoas. Portanto, cada golpe desferido nas instituições da propriedade privada dos meios de produção e do governo é um passo rumo à anarquia. Cada mentira desvelada, cada parcela de atividade humana subtraída ao controle da autoridade, cada esforço tendendo a elevar a consciência popular e a aumentar o espírito de solidariedade e de iniciativa, assim com a igualar as condições é um passo a mais rumo à anarquia."

Os surrealistas, que há anos estão unidos aos anarquistas afirmam ainda que cada

vez que um casal se une e sua união não é uma fancaria, mas a autêntica expressão do verdadeiro amor entre duas pessoas que se completam plenamente, ocorre mais um abalo no que chamam de "gigantesca caserna" em que se tornou a sociedade industrial. "O ocidente é um acidente!" denuncia Roger Garaudy em "Apelo aos Vivos" com a autoridade de quem sempre esteve nos pontos mais avançados de defesa política e filosófica do que promove o humano no mundo.

Seguindo com Malatesta: "Não podemos, de pronto, destruir o governo existente, talvez não possamos amanhã impedir que sobre as ruínas do atual governo um outro surja: mas isto não nos impede hoje, assim como não nos impedirá amanhã, de combater não importa que governo, recusando-nos a submetermos à lei sempre que isto seja contrário aos nossos imperativos de consciência. Toda a vez que a autoridade é enfraquecida, toda a vez que uma grande parcela de liberdade é conquistada e não mendigada, é um progresso rumo à anarquia. Da mesma forma, também é um progresso toda a vez que consideramos o governo como um inimigo com o qual nunca se deve fazer trégua, depois de nos termos convencido que a diminuição dos males por ele engendrados só é possível pela redução de suas atribuições e de sua força, não pelo aumento no número de governantes ou pelo fato de serem eles eleitos pelos governados. E p

or governo entendemos todo o indivíduo ou grupo de indivíduos, no Estado, Conselhos etc. que tenha o direito de fazer impor leis injustas sobre quem com elas não concorda".

Contundente e radical, repita-se, Malatesta e toda a tradição anarquista que lhe se-

gue proporá a chegada a um governo auto-gestionário, do qual todos possam participar livremente. Um sistema auto-gestionário que possibilite participar livre e alegremente de todo o processo decisório e de execução do que terá sido decidido coletivamente, para que se chegue ao maior aperfeiç

oamento social promotor do humano no mundo. Toda a vitória, por menor que seja, dos trabalhadores sobre as classes patronais, todo o esforço contra a exploração do homem pelo homem, toda a parcela de riqueza subtraída aos proprietários e posta à disposição daqueles que a geraram, toda a união amorosa plena entre duas pessoas que se amam intensa e sinceramente, tudo o que se fizer para melhorar as condições existenciais da maioria enfim, será mais um progresso, mais um passo rumo à anarquia, "este sonho de justiça e de amor entre os homens..."

Lázaro Curvêlo Chaves - Primavera de 2000

lunes, 28 de febrero de 2011

Maconha, a Folha alvo de preconceito desnecessário!

Então, muitas pessoas já foram convidadas a dar um "beck", "fumar um dinguizinho", quem já foi convidado sabe que estou falando da Cânabis Sativa, ou como ela é conhecida popularmente, a maconha. Muitas pessoas atualmente são conhecidas como usuárias, umas não negam outras negam até a morte. Mas porque isso acontece? posso responder que a culpa é da sociedade precoceituosa em que nós vivemos, pois somos treinados a considerar errado o uso de substâncias alucinógenas, contudo a coca-cola não é proibida. Mas será que já paramos para ver se a maconha é realmente o que dizem os fazedores de leis? Será que não estamos apenas agindo inconscientemente, estamos apenas alucinados com as regras? Bom segue uma matéria retirada da revista super interessante sobre a maconha, seus efeitos e consequências. Boa leitura.

Superinteressante

Supermundo Aventuras na História Mundo Estranho

MACONHA
Superinteressante edição 179

A verdade sobre a maconha
A proibição da cannabis pode ter mais a ver com interesses morais, políticos e econômicos do que com argumentos científicos. Saiba mais sobre os efeitos dela e sua influência na história da civilização.

Por que a maconha é proibida? Porque faz mal à saúde. Será mesmo? Então, por que o bacon não é proibido? Ou as anfetaminas? E, diga-se de passagem, nenhum mal sério à saúde foi comprovado para o uso esporádico de maconha. A guerra contra essa planta foi motivada muito mais por fatores raciais, econômicos, políticos e morais do que por argumentos científicos. E algumas dessas razões são inconfessáveis. Tem a ver com o preconceito contra árabes, chineses, mexicanos e negros, usuários freqüentes de maconha no começo do século XX. Deve muito aos interesses de indústrias poderosas dos anos 20, que vendiam tecidos sintéticos e papel e queriam se livrar de um concorrente, o cânhamo. Tem raízes também na bem-sucedida estratégia de dominação dos Estados Unidos sobre o planeta. E, é claro, guarda relação com o moralismo judaico-cristão (e principalmente protestante-puritano), que não aceita a idéia do prazer sem merecimento - pelo mesmo motivo, no passado, condenou-se a masturbação.

Não é fácil falar desse assunto - admito que levei um dia inteiro para compor o parágrafo acima. O tema é tão carregado de ideologia e as pessoas têm convicções tão profundas sobre ele que qualquer convite ao debate, qualquer insinuação de que estamos lidando mal com o problema já é interpretada como "apologia às drogas" e, portanto, punível com cadeia. O fato é que, apesar da desinformação dominante, sabe-se muito sobre a maconha. Ela é cultivada há milênios e centenas de pesquisas já foram feitas sobre o assunto. O que tentei fazer foi condensar nestas páginas o conhecimento que a humanidade reuniu sobre a droga nos milênios em que convive com ela.



Por que é proibido?

"O corpo esmagado da menina jazia espalhado na calçada um dia depois de mergulhar do quinto andar de um prédio de apartamentos em Chicago. Todos disseram que ela tinha se suicidado, mas, na verdade, foi homicídio. O assassino foi um narcótico conhecido na América como marijuana e na história como haxixe. Usado na forma de cigarros, ele é uma novidade nos Estados Unidos e é tão perigoso quanto uma cascavel." Começa assim a matéria "Marijuana: assassina de jovens", publicada em 1937 na revista American Magazine. A cena nunca aconteceu. O texto era assinado por um funcionário do governo chamado _______________. Se a maconha, hoje, é ilegal em praticamente todo o mundo, não é exagero dizer que o maior responsável foi ele.

Nas primeiras décadas do século XX, a maconha era liberada, embora muita gente a visse com maus olhos. Aqui no Brasil, maconha era "coisa de negro", fumada nos terreiros de candomblé para facilitar a incorporação e nos confins do país por agricultores depois do trabalho. Na Europa, ela era associada aos imigrantes árabes e indianos e aos incômodos intelectuais boêmios. Nos Estados Unidos, quem fumava eram os cada vez mais numerosos mexicanos - meio milhão deles cruzaram o Rio Grande entre 1915 e 1930 em busca de trabalho. Muitos não acharam. Ou seja, em boa parte do Ocidente, fumar maconha era relegado a classes marginalizadas e visto com antipatia pela classe média branca.

Pouca gente sabia, entretanto, que a mesma planta que fornecia fumo às classes baixas tinha enorme importância econômica. Dezenas de remédios - de xaropes para tosse a pílulas para dormir - continham cannabis. Quase toda a produção de papel usava como matéria-prima a fibra do cânhamo, retirada do caule do pé de maconha. A indústria de tecidos também dependia da cannabis - o tecido de cânhamo era muito difundido, especialmente para fazer cordas, velas de barco, redes de pesca e outros produtos que exigissem um material muito resistente. A Ford estava desenvolvendo combustíveis e plásticos feitos a partir do óleo da semente de maconha. As plantações de cânhamo tomavam áreas imensas na Europa e nos Estados Unidos.

Em 1920, sob pressão de grupos religiosos protestantes, os Estados Unidos decretaram a proibição da produção e da comercialização de bebidas alcoólicas. Era a Lei Seca, que durou até 1933. Foi aí que Henry Anslinger surgiu na vida pública americana - reprimindo o tráfico de rum que vinha das Bahamas. Foi aí, também, que a maconha entrou na vida de muita gente - e não só dos mexicanos. "A proibição do álcool foi o estopim para o 'boom' da maconha", afirma o historiador inglês Richard Davenport-Hines, especialista na história dos narcóticos, em seu livro The Pursuit of Oblivion (A busca do esquecimento, ainda sem versão para o Brasil). "Na medida em que ficou mais difícil obter bebidas alcoólicas e elas ficaram mais caras e piores, pequenos cafés que vendiam maconha começaram a proliferar", escreveu.

Anslinger foi promovido a chefe da Divisão de Controle Estrangeiro do Comitê de Proibição e sua tarefa era cuidar do contrabando de bebidas. Foi nessa época que ele percebeu o clima de antipatia contra a maconha que tomava a nação. Clima esse que só piorou com a quebra da Bolsa, em 1929, que afundou a nação numa recessão. No sul do país, corria o boato de que a droga dava força sobre-humana aos mexicanos, o que seria uma vantagem injusta na disputa pelos escassos empregos. A isso se somavam insinuações de que a droga induzia ao sexo promíscuo (muitos mexicanos talvez tivessem mais parceiros que um americano puritano médio, mas isso não tem nada a ver com a maconha) e ao crime (com a crise, a criminalidade aumentou entre os mexicanos pobres, mas a maconha é inocente disso). Baseados nesses boatos, vários Estados começaram a proibir a substância. Nessa época, a maconha virou a droga de escolha dos músicos de jazz, que afirmavam ficar mais criativos depois de fumar.

Anslinger agarrou-se firme à bandeira proibicionista, batalhou para divulgar os mitos antimaconha e, em 1930, quando o governo, preocupado com a cocaína e o ópio, criou o FBN (Federal Bureau of Narcotics, um escritório nos moldes do FBI para lidar com drogas), ele articulou para chefiá-lo. De repente, de um cargo burocrático obscuro, Anslinger passou a ser o responsável pela política de drogas do país. E quanto mais substâncias fossem proibidas, mais poder ele teria.

Mas é improvável que a cruzada fosse motivada apenas pela sede de poder. Outros interesses devem ter pesado. Anslinger era casado com a sobrinha de Andrew Mellon, dono da gigante petrolífera Gulf Oil e um dos principais investidores da igualmente gigante Du Pont. "A Du Pont foi uma das maiores responsáveis por orquestrar a destruição da indústria do cânhamo", afirma o escritor Jack Herer, em seu livro The Emperor Wears No Clothes (O imperador está nu, ainda sem tradução). Nos anos 20, a empresa estava desenvolvendo vários produtos a partir do petróleo: aditivos para combustíveis, plásticos, fibras sintéticas como o náilon e processos químicos para a fabricação de papel feito de madeira. Esses produtos tinham uma coisa em comum: disputavam o mercado com o cânhamo.

Seria um empurrão considerável para a nascente indústria de sintéticos se as imensas lavouras de cannabis fossem destruídas, tirando a fibra do cânhamo e o óleo da semente do mercado. "A maconha foi proibida por interesses econômicos, especialmente para abrir o mercado das fibras naturais para o náilon", afirma o jurista Wálter Maierovitch, especialista em tráfico de entorpecentes e ex-secretário nacional antidrogas.

Anslinger tinha um aliado poderoso na guerra contra a maconha: William Randolph Hearst, dono de uma imensa rede de jornais. Hearst era a pessoa mais influente dos Estados Unidos. Milionário, comandava suas empresas de um castelo monumental na Califórnia, onde recebia artistas de Hollywood para passear pelo zoológico particular ou dar braçadas na piscina coberta adornada com estátuas gregas. Foi nele que Orson Welles se inspirou para criar o protagonista do filme Cidadão Kane. Hearst sabidamente odiava mexicanos. Parte desse ódio talvez se devesse ao fato de que, durante a Revolução Mexicana de 1910, as tropas de Pancho Villa (que, aliás, faziam uso freqüente de maconha) desapropriaram uma enorme propriedade sua. Sim, Hearst era dono de terras e as usava para plantar eucaliptos e outras árvores para produzir papel. Ou seja, ele também tinha interesse em que a maconha americana fosse destruída - levando com ela a indústria de papel de cânhamo.

Hearst iniciou, nos anos 30, uma intensa campanha contra a maconha. Seus jornais passaram a publicar seguidas matérias sobre a droga, às vezes afirmando que a maconha fazia os mexicanos estuprarem mulheres brancas, outras noticiando que 60% dos crimes eram cometidos sob efeito da droga (um número tirado sabe-se lá de onde). Nessa época, surgiu a história de que o fumo mata neurônios, um mito repetido até hoje. Foi Hearst que, se não inventou, ao menos popularizou o nome marijuana (ele queria uma palavra que soasse bem hispânica, para permitir a associação direta entre a droga e os mexicanos). Anslinger era presença constante nos jornais de Hearst, onde contava suas histórias de terror. A opinião pública ficou apavorada. Em 1937, Anslinger foi ao Congresso dizer que, sob o efeito da maconha, "algumas pessoas embarcam numa raiva delirante e cometem crimes violentos".

Os deputados votaram pela proibição do cultivo, da venda e do uso da cannabis, sem levar em conta as pesquisas que afirmavam que a substância era segura. Proibiu-se não apenas a droga, mas a planta. O homem simplesmente cassou o direito da espécie Cannabis sativa de existir.

Anslinger também atuou internacionalmente. Criou uma rede de espiões e passou a freqüentar as reuniões da Liga das Nações, antecessora da ONU, propondo tratados cada vez mais duros para reprimir o tráfico internacional. Também começou a encontrar líderes de vários países e a levar a eles os mesmos argumentos aterrorizantes que funcionaram com os americanos. Não foi difícil convencer os governos - já na década de 20 o Brasil adotava leis federais antimaconha. A Europa também embarcou na onda proibicionista.

"A proibição das drogas serve aos governos porque é uma forma de controle social das minorias", diz o cientista político Thiago Rodrigues, pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos. Funciona assim: maconha é coisa de mexicano, mexicanos são uma classe incômoda. "Como não é possível proibir alguém de ser mexicano, proíbe-se algo que seja típico dessa etnia", diz Thiago. Assim, é possível manter sob controle todos os mexicanos - eles estarão sempre ameaçados de cadeia. Por isso a proibição da maconha fez tanto sucesso no mundo. O governo brasileiro achou ótimo mais esse instrumento para manter os negros sob controle. Os europeus também adoraram poder enquadrar seus imigrantes.

A proibição foi virando uma forma de controle internacional por parte dos Estados Unidos, especialmente depois de 1961, quando uma convenção da ONU determinou que as drogas são ruins para a saúde e o bem-estar da humanidade e, portanto, eram necessárias ações coordenadas e universais para reprimir seu uso. "Isso abriu espaço para intervenções militares americanas", diz Maierovitch. "Virou um pretexto oportuno para que os americanos possam entrar em outros países e exercer os seus interesses econômicos."

Estava erguida uma estrutura mundial interessada em manter as drogas na ilegalidade, a maconha entre elas. Um ano depois, em 1962, o presidente John Kennedy demitiu Anslinger - depois de nada menos que 32 anos à frente do FBN. Um grupo formado para analisar os efeitos da droga concluiu que os riscos da maconha estavam sendo exagerados e que a tese de que ela levava a drogas mais pesadas era furada. Mas não veio a descriminalização. Pelo contrário. O presidente Richard Nixon endureceu mais a lei, declarou "guerra às drogas" e criou o DEA (em português, Escritório de Coação das Drogas), um órgão ainda mais poderoso que o FBN, porque, além de definir políticas, tem poder de polícia.



Maconha faz mal?

Taí uma pergunta que vem sendo feita faz tempo. Depois de mais de um século de pesquisas, a resposta mais honesta é: faz, mas muito pouco e só para casos extremos. O uso moderado não faz mal. A preocupação da ciência com esse assunto começou em 1894, quando a Índia fazia parte do Império Britânico. Havia, então, a desconfiança de que o bhang, uma bebida à base de maconha muito comum na Índia, causava demência. Grupos religiosos britânicos reivindicavam sua proibição. Formou-se a Comissão Indiana de Drogas da Cannabis, que passou dois anos investigando o tema. O relatório final desaconselhou a proibição: "O bhang é quase sempre inofensivo quando usado com moderação e, em alguns casos, é benéfico. O abuso do bhang é menos prejudicial que o abuso do álcool".

Em 1944, um dos mais populares prefeitos de Nova York, Fiorello La Guardia, encomendou outra pesquisa. Em meio à histeria antimaconha de Anslinger, La Guardia resolveu conferir quais os reais riscos da tal droga assassina. Os cientistas escolhidos por ele fizeram testes com presidiários (algo comum na época) e concluíram: "O uso prolongado da droga não leva à degeneração física, mental ou moral". O trabalho passou despercebido no meio da barulheira proibicionista de Anslinger.

A partir dos anos 60, várias pesquisas parecidas foram encomendadas por outros governos. Relatórios produzidos na Inglaterra, no Canadá e nos Estados Unidos aconselharam um afrouxamento nas leis. Nenhuma dessas pesquisas foi suficiente para forçar uma mudança. Mas a experiência mais reveladora sobre a maconha e suas conseqüências foi realizada fora do laboratório. Em 1976, a Holanda decidiu parar de prender usuários de maconha desde que eles comprassem a droga em cafés autorizados. Resultado: o índice de usuários continua comparável aos de outros países da Europa. O de jovens dependentes de heroína caiu - estima-se que, ao tirar a maconha da mão dos traficantes, os holandeses separaram essa droga das mais pesadas e, assim, dificultaram o acesso a elas.

Nos últimos anos, os possíveis males da maconha foram cuidadosamente escrutinados - às vezes por pesquisadores competentes, às vezes por gente mais interessada em convencer os outros da sua opinião. Veja abaixo um resumo do que se sabe:

Câncer
Não se provou nenhuma relação direta entre fumar maconha e câncer de pulmão, traquéia, boca e outros associados ao cigarro. Isso não quer dizer que não haja. Por muito tempo, os riscos do cigarro foram negligenciados e só nas últimas duas décadas ficou claro que havia uma bomba-relógio armada - porque os danos só se manifestam depois de décadas de uso contínuo. Há o temor de que uma bomba semelhante esteja para explodir no caso da maconha, cujo uso se popularizou a partir dos anos 60. O que se sabe é que o cigarro de maconha tem praticamente a mesma composição de um cigarro comum - a única diferença significativa é o princípio ativo. No cigarro é a nicotina, na maconha o tetrahidrocanabinol, ou THC. Também é verdade que o fumante de maconha tem comportamentos mais arriscados que o de cigarro: traga mais profundamente, não usa filtro e segura a fumaça por mais tempo no pulmão (o que, aliás, segundo os cientistas, não aumenta os efeitos da droga).

Em compensação, boa parte dos maconheiros fuma muito menos e pára ou reduz o consumo depois dos 30 anos (parar cedo é sabidamente uma forma de diminuir drasticamente o risco de câncer). Em resumo: o usuário eventual de maconha, que é o mais comum, não precisa se preocupar com um aumento grande do risco de câncer. Quem fuma mais de um baseado por dia há mais de 15 anos deve pensar em parar.

Dependência
Algo entre 6% e 12% dos usuários, dependendo da pesquisa, desenvolve um uso compulsivo da maconha (menos que a metade das taxas para álcool e tabaco). A questão é: será que a maconha é a causa da dependência ou apenas uma válvula de escape. "Dependência de maconha não é problema da substância, mas da pessoa", afirma o psiquiatra Dartiu Xavier, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Escola Paulista de Medicina. Segundo Dartiu, há um perfil claro do dependente de maconha: em geral, ele é jovem, quase sempre ansioso e eventualmente depressivo. Pessoas que não se encaixam nisso não desenvolvem o vício. "E as que se encaixam podem tanto ficar dependentes de maconha quanto de sexo, de jogo, de internet", diz.

Muitos especialistas apontam para o fato de que a maconha está ficando mais perigosa - na medida em que fica mais potente. Ao longo dos últimos 40 anos, foi feito um melhoramento genético, cruzando plantas com alto teor de THC. Surgiram variedades como o skunk. No último ano, foram apreendidos carregamentos de maconha alterada geneticamente no Leste europeu - a engenharia genética é usada para aumentar a potência, o que poderia aumentar o potencial de dependência. Segundo o farmacólogo Leslie Iversen, autor do ótimo The Science of Marijuana (A ciência da maconha, sem tradução para o português) e consultor para esse tema da Câmara dos Lordes (o Senado inglês), esses temores são exagerados e o aumento da concentração de THC não foi tão grande assim.

Para além dessa discussão, o fato é que, para quem é dependente, maconha faz muito mal. Isso é especialmente verdade para crianças e adolescentes. "O sujeito com 15 anos não está com a personalidade formada. O uso exagerado de maconha pode ser muito danoso a ele", diz Dartiu. O maior risco para adolescentes que fumam maconha é a síndrome amotivacional, nome que se dá à completa perda de interesse que a droga causa em algumas pessoas. A síndrome amotivacional é muito mais freqüente em jovens e realmente atrapalha a vida - é quase certeza de bomba na escola e de crise na família.

Danos cerebrais
"Maconha mata neurônios." Essa frase, repetida há décadas, não passa de mito. Bilhões de dólares foram investidos para comprovar que o THC destrói tecido cerebral - às vezes com pesquisas que ministravam doses de elefante em ratinhos -, mas nada foi encontrado.

Muitas experiências foram feitas em busca de danos nas capacidades cognitivas do usuário de maconha. A maior preocupação é com a memória. Sabe-se que o usuário de maconha, quando fuma, fica com a memória de curto prazo prejudicada. São bem comuns os relatos de pessoas que têm idéias que parecem geniais durante o "barato", mas não conseguem lembrar-se de nada no momento seguinte. Isso acontece porque a memória de curto prazo funciona mal sob o efeito de maconha e, sem ela, as memórias de longo prazo não são fixadas (é por causa desse "desligamento" da memória que o usuário perde a noção do tempo). Mas esse dano não é permanente. Basta ficar sem fumar que tudo volta a funcionar normalmente. O mesmo vale para o raciocínio, que fica mais lento quando o usuário fuma muito freqüentemente.

Há pesquisas com usuários "pesados" e antigos, aqueles que fumam vários baseados por dia há mais de 15 anos, que mostraram que eles se saem um pouco pior em alguns testes, principalmente nos de memória e de atenção. As diferenças, no entanto, são sutis. Na comparação com o álcool, a maconha leva grande vantagem: beber muito provoca danos cerebrais irreparáveis e destrói a memória.

Coração
O uso de maconha dilata os vasos sangüíneos e, para compensar, acelera os batimentos cardíacos. Isso não oferece risco para a maioria dos usuários, mas a droga deve ser evitada por quem sofre do coração.

Infertilidade
Pesquisas mostraram que o usuário freqüente tem o número de espermatozóides reduzido. Ninguém conseguiu provar que isso possa causar infertilidade, muito menos impotência. Também está claro que os espermatozóides voltam ao normal quando se pára de fumar.

Depressão imunológica
Nos anos 70, descobriu-se que o THC afeta os glóbulos brancos, células de defesa do corpo. No entanto, nenhuma pesquisa encontrou relação entre o uso de maconha e a incidência de infecções.

Loucura
No passado, acreditava-se que maconha causava demência. Isso não se confirmou, mas sabe-se que a droga pode precipitar crises em quem já tem doenças psiquiátricas.

Gravidez
Algumas pesquisas apontaram uma tendência de filhos de mães que usaram muita maconha durante a gravidez de nascer com menor peso. Outras não confirmaram a suspeita. De qualquer maneira, é melhor evitar qualquer droga psicoativa durante a gestação. Sem dúvida, a mais perigosa delas é o álcool.



Maconha faz bem?

No geral, não. A maioria das pessoas não gosta dos efeitos e as afirmações de que a erva, por ser "natural", faz bem, não passam de besteira. Outros adoram e relatam que ela ajuda a aumentar a criatividade, a relaxar, a melhorar o humor, a diminuir a ansiedade. É inevitável: cada um é um.

O uso medicinal da maconha é tão antigo quanto a maconha. Hoje há muitas pesquisas com a cannabis para usá-la como remédio. Segundo o farmacólogo inglês Iversen, não há dúvidas de que ela seja um remédio útil para muitos e fundamental para alguns, mas há um certo exagero sobre seus potenciais. Em outras palavras: a maconha não é a salvação da humanidade. Um dos maiores desafios dos laboratórios é tentar separar o efeito medicinal da droga do efeito psicoativo - ou seja, criar uma maconha que não dê "barato". Muitos pesquisadores estão chegando à conclusão de que isso é impossível: aparentemente, as mesmas propriedades químicas que alteram a percepção do cérebro são responsáveis pelo caráter curativo. Esse fato é uma das limitações da maconha como medicamento, já que muitas pessoas não gostam do efeito mental. No Brasil, assim como em boa parte do mundo, o uso médico da cannabis é proibido e milhares de pessoas usam o remédio ilegalmente. Conheça alguns dos usos:

Câncer
Pessoas tratadas com quimioterapia muitas vezes têm enjôos terríveis, eventualmente tão terríveis que elas preferem a doença ao remédio. Há medicamentos para reduzir esse enjôo e eles são eficientes. No entanto, alguns pacientes não respondem a nenhum remédio legal e respondem maravilhosamente à maconha. Era o caso do brilhante escritor e paleontólogo Stephen Jay Gould, que, no mês passado, finalmente, perdeu uma batalha de 20 anos contra o câncer (veja mais sobre ele na página 23). Gould nunca tinha usado drogas psicoativas - ele detestava a idéia de que interferissem no funcionamento do cérebro. Veja o que ele disse: "A maconha funcionou como uma mágica. Eu não gostava do 'efeito colateral' que era o borrão mental. Mas a alegria cristalina de não ter náusea - e de não experimentar o pavor nos dias que antecediam o tratamento - foi o maior incentivo em todos os meus anos de quimioterapia".

Aids
Maconha dá fome. Qualquer um que fuma sabe disso (aliás, esse é um de seus inconvenientes: ela engorda). Nenhum remédio é tão eficiente para restaurar o peso de portadores do HIV quanto a maconha. E isso pode prolongar muito a vida: acredita-se que manter o peso seja o principal requisito para que um soropositivo não desenvolva a doença. O problema: a cannabis tem uma ação ainda pouco compreendida no sistema imunológico. Sabe-se que isso não representa perigo para pessoas saudáveis, mas pode ser um risco para doentes de Aids.

Esclerose múltipla
Essa doença degenerativa do sistema nervoso é terrivelmente incômoda e fatal. Os doentes sentem fortes espasmos musculares, muita dor e suas bexigas e intestinos funcionam muito mal. Acredita-se que ela seja causada por uma má função do sistema imunológico, que faz com que as células de defesa ataquem os neurônios. A maconha alivia todos os sintomas. Ninguém entende bem por que ela é tão eficiente, mas especula-se que tenha a ver com seu pouco compreendido efeito no sistema imunológico.

Dor
A cannabis é um analgésico usado em várias ocasiões. Os relatos de alívio das cólicas menstruais são os mais promissores.

Glaucoma
Essa doença caracteriza-se pelo aumento da pressão do líquido dentro do olho e pode levar à cegueira. Maconha baixa a pressão intraocular. O problema é que, para ser um remédio eficiente, a pessoa tem que fumar a cada três ou quatro horas, o que não é prático e, com certeza, é nocivo (essa dose de maconha deixaria o paciente eternamente "chapado"). Há estudos promissores com colírios feitos à base de maconha, que agiriam diretamente no olho, sem afetar o cérebro.

Ansiedade
Maconha é um remédio leve e pouco agressivo contra a ansiedade. Isso, no entanto, depende do paciente. Algumas pessoas melhoram após fumar; outras, principalmente as pouco habituadas à droga, têm o efeito oposto. Também há relatos de sucesso no tratamento de depressão e insônia, casos em que os remédios disponíveis no mercado, embora sejam mais eficientes, são também bem mais agressivos e têm maior potencial de dependência.

Dependência
Dois psiquiatras brasileiros, Dartiu Xavier e Eliseu Labigalini, fizeram uma experiência interessante. Incentivaram dependentes de crack a fumar maconha no processo de largar o vício. Resultado: 68% deles abandonaram o crack e, depois, pararam espontaneamente com a maconha, um índice altíssimo. Segundo eles, a maconha é um remédio feito sob medida para combater a dependência de crack e cocaína, porque estimula o apetite e combate a ansiedade, dois problemas sérios para cocainômanos. Dartiu e Eliseu pretendem continuar as pesquisas, mas estão com problemas para conseguir financiamento - dificilmente um órgão público investirá num trabalho que aposte nos benefícios da maconha.



O passado

O primeiro registro do contato entre o Homo sapiens e a Cannabis sativa é de 6 000 anos atrás. Trata-se da marca de uma corda de cânhamo impressa em cacos de barro, na China. O emprego da fibra, não só em cordas mas também em vários tecidos e, depois, na fabricação de papel, é um dos mais antigos usos da maconha. Graças a ele, a planta, original da região ao norte do Afeganistão, nos pés do Himalaia, tornou-se a primeira cultivada pelo homem com usos não alimentícios e espalhou-se por toda a Ásia e depois pela Europa e África.

Mas há um uso da maconha que pode ser tão antigo quanto o da fibra do cânhamo: o medicinal. Os chineses conhecem há pelo menos 2 000 anos o poder curativo da droga, como prova o Pen-Ts'ao Ching, considerado a primeira farmacopéia conhecida do mundo (farmacopéia é um livro que reúne fórmulas e receitas de medicamentos). O livro recomenda o uso da maconha contra prisão-de-ventre, malária, reumatismo e dores menstruais. Também na Índia, a erva já há milênios é parte integral da medicina ayurvédica, usada no tratamento de dezenas de doenças. Sem falar que ela ocupa um lugar de destaque na religião hindu. Pela mitologia, maconha era a comida favorita do deus Shiva, que, por isso, viveria o tempo todo "chapado". Tomar bhang seria uma forma de entrar em comunhão com Shiva.

O Hinduísmo não é a única religião a dar destaque para a cannabis. Para os budistas da tradição Mahayana, Buda passou seis anos comendo apenas uma semente de maconha por dia. Sua iluminação teria sido atingida após esse período de quase-jejum. Da Índia, a maconha migrou para a Mesopotâmia, ainda em tempos pré-cristãos, e de lá para o Oriente Médio. Portanto, ela já estava presente na região quando começou a expansão do Império Árabe. Com a proibição do álcool entre o povo de Maomé, iniciou-se uma acalorada discussão sobre se a maconha deveria ser banida também. Por séculos, consumiu-se cannabis abundantemente nas terras muçulmanas até que, na Idade Média, muitos islâmicos abandonaram o hábito. A exceção foram os sufi, membros de uma corrente considerada mais mística e esotérica do Islã, que, até bem recentemente, consideravam a cannabis fundamental em seus ritos.

Os gregos usaram velas e cordas de cânhamo nos seus navios, assim como, depois, os romanos. Sabe-se que o Império Romano tinha pelo menos conhecimento dos poderes psicoativos da maconha. O historiador latino Tácito, que viveu no século I d.C., relata que os citas, um povo da atual Turquia, tinham o costume de armar uma tenda, acender uma fogueira e queimar grande quantidade de maconha. Daí ficavam lá dentro, numa versão psicodélica do banho turco.

Graças ao contato com os árabes, grande parte da África conheceu a erva e incorporou-a aos seus ritos e à sua medicina - dos países muçulmanos acima do Saara até os zulus da África do Sul. A Europa toda também passou a plantar maconha e usava extensivamente a fibra do cânhamo, mas há raríssimos registros do seu uso como psicoativo naquele continente. Pode ser que isso se deva ao clima. O THC é uma resina produzida pela planta para proteger suas folhas e flores do sol forte. Na fria Europa, é possível que tenha se desenvolvido uma variação da Cannabis sativa com menos THC, já que não havia tanto sol para ameaçar o arbusto.

O fato é que, na Renascença, a maconha se transformou no principal produto agrícola da Europa. E sua importância não foi só econômica: a planta teve uma grande participação na mudança de mentalidade que ocorreu no século XV. Os primeiros livros depois da revolução de Gutemberg foram impressos em papel de cânhamo. As pinturas dos gênios da arte eram feitas em telas de cânhamo (canvas, a palavra usada em várias línguas para designar "tela", é uma corruptela holandesa do latim cannabis). E as grandes navegações foram impulsionadas por velas de cânhamo - segundo o autor americano Rowan Robinson, autor de O Grande Livro da Cannabis, havia 80 toneladas de cânhamo, contando o velame e as cordas, no barco comandado por Cristóvão Colombo em 1496. Ou seja, a América foi descoberta graças à maconha. Irônico.

Sobre as luzes da Renascença caíram as sombras da Inquisição - um período em que a Igreja ganhou muita força e passou a exercer o papel de polícia, julgando hereges em seu tribunal e condenando bruxas à fogueira. "As bruxas nada mais eram do que as curandeiras tradicionais, principalmente as de origem celta, que utilizavam plantas para tratar as pessoas, às vezes plantas com poderes psicoativos", diz o historiador Henrique Carneiro, especialista em drogas da Universidade Federal de Ouro Preto. Não há registros de que maconheiros tenham sido queimados no século XVI - inclusive porque o uso psicoativo da maconha era incomum na Europa -, mas é certo que cristalizou-se naquela época uma antipatia cristã por plantas que alteram o estado de consciência. "O Cristianismo afirmou seu caráter de religião imperial e, sob seus domínios, a única droga permitida é o álcool, associado com o sangue de Cristo", diz Henrique.

Em 1798, as tropas de Napoleão conquistaram o Egito. Até hoje não estão muito claras as razões pelas quais o imperador francês se aventurou no norte da África (vaidade, talvez). Mas pode ser que o principal motivo fosse a intenção de destruir as plantações de maconha, que abasteciam de cânhamo a poderosa Marinha da Inglaterra. O fato é que coube a Napoleão promulgar a primeira lei do mundo moderno proibindo a maconha. Os egípcios eram fumantes de haxixe, a resina extraída da folha e da flor da maconha constituída de THC concentrado. Mas a proibição saiu pela culatra. Os egípcios ignoraram a lei e continuaram fumando como sempre fizeram. Em compensação, os europeus ouviram falar da droga e ela rapidamente virou moda na Europa, principalmente entre os intelectuais. "O haxixe está substituindo o champagne", disse o escritor Théophile Gautier em 1845, depois da conquista da Argélia, que, na época, era outro grande consumidor de THC.

No Brasil, a planta chegou cedo, talvez ainda no século XVI, trazida pelos escravos (o nome "maconha" vem do idioma quimbundo, de Angola. Mas, até o século XIX, era mais usual chamar a erva de fumo-de-angola ou de diamba, nome também quimbundo). Por séculos, a droga foi tolerada no país, provavelmente fumada em rituais de candomblé (teria sido o presidente Getúlio Vargas que negociou a retirada da maconha dos terreiros, em troca da legalização da religião). Em 1830, o Brasil fez sua primeira lei restringindo a planta. A Câmara Municipal do Rio de Janeiro tornou ilegal a venda e o uso da droga na cidade e determinou que "os contraventores serão multados, a saber: o vendedor em 20 000 réis, e os escravos e demais pessoas, que dele usarem, em três dias de cadeia." Note que, naquela primeira lei proibicionista, a pena para o uso era mais rigorosa que a do traficante. Há uma razão para isso. Ao contrário do que acontece hoje, o vendedor vinha da classe média branca e o usuário era quase sempre negro e escravo.



O presente

Segundo dados da ONU, 147 milhões de pessoas fumam maconha no mundo, o que faz dela a terceira droga psicoativa mais consumida do mundo, depois do tabaco e do álcool. A droga é proibida em boa parte do mundo, mas, desde que a Holanda começou a tolerá-la, na década de 70, alguns outros países europeus seguiram os passos da descriminalização. Itália e Espanha há tempos aceitam pequenas quantidades da erva - embora a Espanha esteja abandonando a posição branda e haja projetos de lei, na Itália, no mesmo sentido. O Reino Unido acabou de anunciar que descriminalizou o uso da maconha - a partir do ano que vem, a droga será apreendida e o portador receberá apenas uma advertência verbal. Os ingleses esperam, assim, poder concentrar seus esforços na repressão de drogas mais pesadas.

No ano passado, Portugal endureceu as penas para o tráfico, mas descriminalizou o usuário de qualquer droga, desde que ele seja encontrado com quantidades pequenas. Porte de drogas virou uma infração administrativa, como parar em lugar proibido.

Nos últimos anos, os Estados Unidos também mudaram sua forma de lidar com as drogas. Dentro da tendência mundial de ver a questão mais como um problema de saúde do que criminal, o país, em vez de botar na cadeia, obriga o usuário a se tratar numa clínica para dependentes. "Essa idéia é completamente equivocada", afirma o psiquiatra Dartiu Xavier, refletindo a opinião de muitos especialistas. "Primeiro porque nem todo usuário é dependente. Segundo, porque um tratamento não funciona se é compulsório - a pessoa tem que querer parar", diz. No sistema americano, quem recusa o tratamento ou o abandona vai para a cadeia. Portanto, não é uma descriminalização. "Chamo esse sistema de 'solidariedade autoritária'", diz o jurista Maierovitch. O Brasil planeja adotar o mesmo modelo.



O futuro

Há possibilidades de uma mudança no tratamento à maconha? "No Brasil, não é fácil", diz Maierovitch, que, enquanto era secretário nacional antidrogas do governo de Fernando Henrique Cardoso, planejou a descriminalização. "A lei hoje em vigor em Portugal foi feita em conjunto conosco, com o apoio do presidente", afirma. A idéia é que ela fosse colocada em prática ao mesmo tempo nos dois países. Segundo Maierovitch, Fernando Henrique mudou de idéia depois. O jurista afirma que há uma enorme influência americana na política de drogas brasileira. O fato é que essa questão mais tira do que dá votos e assusta os políticos - e não só aqui no Brasil. O deputado federal Fernando Gabeira, hoje no Partido dos Trabalhadores, é um dos poucos identificados com a causa da descriminalização. "Pretendo, como um primeiro passo, tentar a legalização da maconha para uso médico", diz. Mas suas idéias estão longe de ser unanimidade mesmo dentro do seu partido.

No remoto caso de uma legalização da compra e da venda, haveria dois modelos possíveis. Um seria o monopólio estatal, com o governo plantando e fornecendo as drogas, para permitir um controle maior. A outra possibilidade seria o governo estabelecer as regras (composição química exigida, proibição para menores de idade, proibição para fumar e dirigir), cobrar impostos (que seriam altíssimos, inclusive para evitar que o preço caia muito com o fim do tráfico ilegal) e a iniciativa privada assumir o lucrativo negócio. Não há no horizonte nenhum sinal de que isso esteja para acontecer. Mas a Super apurou, em consulta ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, que a Souza Cruz registrou, em 1997, a marca Marley - fica para o leitor imaginar que produto a empresa de tabaco pretende comercializar com o nome do ídolo do reggae.



Frases

"A popularidade da maconha explodiu em 1920, quando o álcool foi proibido"

"O consumo moderado de maconha não provoca nenhum dano sério à saúde"

"Das cordas às velas, havia 80 toneladas de cânhamo no navio de Colombo"



Para saber mais

Na livraria

O Grande Livro da Cannabis, Rowan Robinson, Jorge Zahar, 1999

A Maconha, Fernando Gabeira, Publifolha, 2000

Science of Marijuana, Leslie L. Iversen, Oxford, Ingleterra, 2000

The Pursuit of Oblivion: A Global History of Narcotics 1500-2000, Richard Davenport-Hines, Weidenfeld & Nicolson, Ingleterra, 2001

Diamba Sarabamba, Anthony Henman e Osvaldo Pessoa Jr. (organizações), Ground, 1986

Plantas de los Dioses, Richard Evans Schultes e Albert Hofmann, Fondo de Cultura Económica, México, 1982

The Emperor Wears no Clothes, Jack Herer, Green Planet Company, Inglaterra, 1994

Green Gold the Tree of Life, Chris Bennett, Lynn e Osbum, Judy Osbum, Access, EUA, 1995

Amores e Sonhos da Flora, Henrrique Carneiro, Xamã, 2002






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sábado, 26 de febrero de 2011

Buracos Negros.


Algumas pessoas acreditam em dimensões paralelas, em ficção científica, então busquei uma pesquisa sobre uma incógnita que até hoje, mesmo com o avanço é um mistério, o buraco negro. A seguir temos uma matéria do Prof. Renato Las Casas.

BURACO NEGRO
Buraco Negro é uma "coisa"
que de negro tem tudo,
mas de buraco não tem nada.
Prof. Renato Las Casas (13/12/99)
 
Buraco Negro é uma região do espaço onde o campo gravitacional é tão forte que nada sai dessa região, nem a luz; daí vermos negro naquela região. Matéria (massa) é que "produz" campo gravitacional a sua volta. Um campo gravitacional forte o suficiente para impedir que a luz escape pode ser produzido, teoricamente, por grandes quantidades de matéria ou matéria em altíssimas densidades.
 
Velocidade de Escape
 
Se atirarmos uma pedra para cima ela "sobe" e depois "desce", certo?
Errado!
Se atirarmos um corpo qualquer para cima com uma velocidade "muito" grande, esse corpo "sobe" e se livra do campo gravitacional da Terra, não mais "retornando" ao nosso planeta.
A velocidade mínima para isso acontecer é chamada de velocidade de escape. A velocidade de escape na superfície da Terra é 40.320 Km/h. Na superfície da Lua, onde a gravidade é mais fraca, é 8.568 Km/h, e na superfície gasosa do gigantesco Júpiter é 214.200 Km/h.
A velocidade da luz é aproximadamente 1.080.000.000 Km/h. Um buraco negro é um corpo que produz um campo gravitacional forte o suficiente para ter velocidade de escape superior à velocidade da luz.
A massa do Sol (0,2 X 10³¹Kg) é 333 mil vezes a massa da Terra e seu diâmetro (1,4 milhões de quilômetros) é mais de 100 vezes o diâmetro da Terra. Ele se transformaria em um buraco negro caso se contraísse a um diâmetro menor que 6 Km.
 
Detecção
 
Uma vez que nada sai de um buraco negro, nada de um buraco negro chega até nós. Resta-nos então observá-lo indiretamente, através de sua ação sobre sua vizinhança. "Vemos" um buraco negro observando "coisas" que o rodeiam sob a ação do seu campo gravitacional ou então que "caem" em sua direção, também sob a ação desse mesmo campo gravitacional.
A velocidade com que a matéria, a uma determinada distância de um corpo, o orbita, é proporcional à gravidade desse corpo. Mesmo sem vermos o corpo central podemos saber qual a sua massa se virmos e medirmos a velocidade de nuvens de gás e poeira que o orbitam, por exemplo.
Uma outra situação: se sob a ação da gravidade do corpo central, matéria "cai" em direção a ele, esse material enquanto vai "caindo" vai se comprimindo; por se comprimir vai se esquentando, e quanto mais quente fica, mais irradia... Também nesse caso, se medimos essa radiação, obtemos informações sobre o corpo central.
 
Buracos Negros Super Massivos
 
Em 1994, astrônomos que trabalhavam com o Telescópio Espacial Hubble, não apenas obtiveram fortes indícios da presença de um buraco negro no centro de uma galáxia espiral, como também mediram a sua massa. Através de um efeito bem conhecido da física (Efeito Doppler) foi possível medir a velocidade de gás e poeira girando em torno do centro da galáxia M87.
Pelo desvio das linhas espectrais da radiação emitida por esse material, chegou-se à conclusão que ele gira em torno do núcleo de M87 com uma velocidade muito grande. Para manter esse material com uma velocidade tão grande é preciso uma massa central também muito grande. Uma quantidade tão grande de massa no volume interno à órbita do material que o circula só pode ser um buraco negro. A massa deste buraco negro foi estimada em 3 bilhões de massas solares.
 

 
Posteriormente foram obtidos indícios de outros buracos negros no centro de outras galáxias. A tabela abaixo nos apresenta 17 galáxias que atualmente suspeitamos possuírem buracos negros supermassivos em seus centros. Também é apresentada a massa estimada desses buracos negros.
 
Nome da Galáxia
Massa do Buraco Negro (Sol=1)

IE1740.9-2942
100 centenas

SgrA*
2 milhões

Messier 32
3 milhões

Centaurus A
< 14 milhões

Messier 31
30 milhões

Messier 106
40 milhões

NGC 3379
50 milhões

NGC 3377
100 milhões

Messier 84
300 milhões

NGC 4486B
500 milhões

NGC 4594
1 bilhão

NGC 4261
1 bilhão

NGC 3115
2 bilhões

Messier 87
3 bilhões

Cygnus-A
5 bilhões

NGC 4151
Não Conhecido

Messier 51
Não Conhecido

 
Hoje acreditamos ser possível que toda grande galáxia tenha um buraco negro, de massa equivalente a milhões ou bilhões de estrelas, em seu centro. Esses buracos negros podem ter se formado no universo primitivo, a partir de gigantescas nuvens de gás ou então depois das galáxias já formadas, a partir do "colapso" de imensos aglomerados estelares.
 
Buracos Negros Estelares
 
Antes da fantástica descoberta acima descrita a procura por buracos negros no universo se concentrava principalmente na possível detecção de objetos muito compactos com massa algumas poucas vezes maior que a massa do Sol e que estariam espalhados nas galáxias.
Desde 1939 acreditamos que, em seu processo evolutivo, uma estrela de massa maior que 3,2 vezes a massa do Sol, quando acaba o seu combustível, pode "desabar sob seu próprio peso". Essa estrela pode se contrair tanto que dê origem a um campo gravitacional forte o suficiente para impedir que a luz escape de suas proximidades. Um buraco negro!
Se um buraco negro desses estiver envolto por uma nuvem de gás e poeira ou se tiver uma estrela por companheira, pode ser que tenhamos matéria dessa nuvem ou dessa estrela "caindo" no buraco negro e então irradiando (principalmente na freqüência de raio X). Um número considerável de estrelas da nossa galáxia forma sistemas duplos. É possível então que tenhamos vários buracos negros cabíveis de serem detectados através dessa radiação.
Cygnus X-1 é uma "fonte de raios X", companheira de uma estrela de massa aproximadamente 30 vezes a do Sol (HDE 226868) e é um dos mais fortes candidatos a buraco negro conhecido.
 

 
A tabela abaixo nos apresenta 8 estrelas que acreditamos possam ser companheiras de buracos negros. Também é apresentada a massa estimada desses buracos negros.
 
Nome da Estrela
Massa do Buraco Negro (Sol=1)

A0620-00
3 - 4

Cygnus X-1 (HDE 226868)
4 - 8

Sco X-1
3 - 10

GS2000+25
3 - 10

GX339-4
3 - 10

V 404 Cygni
8 - 12

Nova Muscae 1991
3 - 10

Nova Ophiuchi 1977
6 - 7

 
Uma Nova Classe de Buracos Negros
 
Em abril passado astrônomos da NASA e da Carnegie Mellon University comunicaram haver obtido, separadamente, evidências da existência de buracos negros de massas variando entre 100 e 10.000 massas solares, nos centros de algumas galáxias.
Os astrônomos da NASA obtiveram tal evidência estudando raios X emitidos por 39 galáxias próximas à nossa. NGC 4945, uma galáxia espiral muito parecida com a Via Láctea (nossa galáxia), é uma dessas. Os astrônomos da Carnegie Mellon University chegaram à mesma evidência estudando raios X provenientes de M82.
Têm sido elaboradas teorias procurando entender a origem desses buracos negros "meio pesados".
 

 
Mini Buracos Negros?
Vale a pena lembrar que muitos astrônomos e físicos acreditam na existência de mini buracos negros que teriam sua origem nos primórdios do universo.
Alguns procuram explicar a explosão que ocorreu sobre o rio Tunguska na Sibéria em 1908 e destruiu mais de 2.150 quilômetros quadrados de densa floresta, à colisão de um desses mini buracos negros com a Terra.

Buracos negros
www.zenite.nu?buraconegro
JOSÉ ROBERTO V. COSTAAstronomia no Zênite
O Universo é tudo para nósAs estrelas não duram para sempre. Embora não sejam seres vivos, cada uma tem um ciclo que vai do seu nascimento, envolta numa nuvem de gás como um recém-nascido ainda molhado pela placenta da mãe; passa pela maturidade, que na Astronomia recebe o nome de “seqüência principal”, e por fim chega à morte, a extinção de seu brilho.

Cada estrela tem um ciclo parecido, mas a duração e o modo como morrem pode variar bastante (assim como os seres vivos!). Diz-se que uma entre cada cem estrelas que chegam ao seu último momento de existência faz de seu “canto de cisne” um evento formidável. Elas explodem violentamente difundindo de uma só vez energia equivalente a um bilhão de sóis e se fazem notar entre as estrelas de toda a galáxia. São as supernovas.
Após a explosão das supernovas de grande massa, pensa-se que o núcleo da estrela original seria capaz de se contrair, sob ação da força de gravidade, até se transformar num buraco negro.

No interior de um buraco negro a concentração de matéria é tão grande que nada pode escapar. Nem mesmo a luz (daí porque é chamado “negro”) que é um tipo de radiação, formada por partículas chamadas fótons.

Os buracos negros são uma das mais importantes descobertas científicas de todo o século XX. Em seu interior as leis que regem o Universo parecem desmoronar-se, junto com nossos conceitos sobre tempo e espaço. O inexplicável, o desconhecido reside nas entranhas desse monstro, capaz de alimentar-se de outras estrelas e, para alguns, acabar por engolir todo o Universo.
Como nascem as estrelas
QUANDO O SOL EXTINGUIR SUA LUZ, daqui a cerca de cinco bilhões de anos, o destino da Terra e de todo o sistema solar interior será bastante cruel.

Nossa estrela mãe não tem massa suficiente para terminar seus dias explodindo como uma supernova, mas seu desequilíbrio final vai transformá-la numa estrela gigantesca, que engolirá os planetas mais próximos, calcinando-os.

Mas pelo menos eles não serão derretidos por uma supernova. Não haverá um buraco negro no lugar do Sol. Buracos negros são o último estágio na evolução de uma estrela com muita massa; entre 8 a 15-20 vezes mais que o Sol.

As estrelas surgem de imensas nuvens compostas de pequenas partículas de matéria – comumente chamadas simplesmente de poeira – e de gás hidrogênio, que existe em abundância no Universo.

Muitas vezes essas nebulosas permanecem em equilíbrio, tranqüilas como as nuvens em nosso céu. Mas é preciso pouco para lhes tirar deste estado, fazendo com que a própria atração gravitacional produza uma contração incessante em certos pontos, ou nódulos da nuvem de gás e poeira.

A nebulosa também começa a girar e à medida que aumentam a temperatura e a pressão em seu interior forma-se um ou mais corpos, tão quentes e massivos, que em dado momento passam a acontecer reações termonucleres em seu interior, produzindo muita luz e energia. Assim nasce uma estrela.
Surge um buraco negro
DEPOIS DE PERMANECER UM LONGO TEMPO BRILHANDO FORTE e convertendo o seu hidrogênio em hélio, as estrelas entram em colapso. É aí que seus destinos dependem de quão grandes elas são. As muito massivas, como já vimos, explodem. No lugar das supernovas o núcleo original da estrela, que serviu de “apoio” para a explosão, se contraí. Às vezes surge em seu lugar uma pequena estrela que gira como um farol: é o pulsar.

Buraco negro distorce o espaço ao redor, agindo como uma lente gravitacional. Concepção artística.

Outras vezes o núcleo não pára mais de se contrair e nasce um buraco negro. Mesmo sendo invisível, sua presença é palpável. A matéria adicionada em um disco ao redor de um buraco negro emite raios X – e foi assim que sua existência foi confirmada. Uma fonte denominada Cygnus X-1, na constelação de Cisne, foi provavelmente o primeiro buraco negro descoberto pelos astrônomos, em 1971.

Hoje, há fortes suspeitas que o centro da Via Láctea – a galáxia onde vivemos – abrigue um super buraco negro, milhões de vezes mais massivo que o Sol. Ou então vários de menor massa.

viernes, 25 de febrero de 2011

Saudações.

Saudações a você que está visitando o blog "Falar Sobre", esse espaço é aberto para tentar mudar o meio em que vivemos, podendo expor aqui as diferentes ideologias que fazem nosso mundo. Podemos aqui falar sobre tudo, fazendo publicações de notícia de utilidade pública, charges, desenhos, pensamentos de olhar crítico, etc. Peço apenas que não façam publicações que façam acusações que possam agredir a moral de outras pessoas, pois esse blog é de visão crítica e não preconceituosa, imoral ou idiota. Levem a sério esse trabalho.
Também haverão publicações de textos humorísticos, como o "Jornal Notícias Todo Dia", jornal de criação minha. Além de publicações retirados de sites humorísticos como os mad.blogtv.uol.com.br, mundocanibal.uol.com.br, www.humortadela.com.br, etc.
Espero que seja agradável esse blog e que vocês possam sempre voltar.
Atenciosamente, Juninho Lima.